quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sem Oposiçao - Por Merval Pereira

                                         O GLOBO - 18/01/12

     A incapacidade de o PSDB se articular minimamente para exercer o papel que lhe cabe como maior partido oposicionista brasileiro resulta em uma apatia política perigosa, que não faz nada bem à democracia. A mais recente demonstração disso é o convite despropositado feito pelas regionais do Rio e do Distrito Federal para que o senador Álvaro Dias seja candidato a governador.
     O governo Dilma Rousseff, mesmo sem grandes realizações em seu primeiro ano e cheio de problemas para resolver na sua base aliada, continua popularíssimo graças à sensação de bem-estar que a economia brasileira ainda é capaz de proporcionar, mesmo que os sinais de desgaste do modelo estejam evidentes, até mesmo pelo reflexo da crise internacional.
     O aumento do salário mínimo em torno de 14% é um forte alavancador do consumo interno e impulsiona a popularidade do governo, mesmo que tenha chegado em uma hora em que as contas públicas andam precisando de uma forte contenção.
     A oposição, minguada em números - representa cerca de 18% do Congresso, o menor índice desde a redemocratização -, não tem uma atuação qualitativa que compense a fraqueza numérica.
Tudo indica que o principal partido, o PSDB, está preso em uma armadilha que já o apanhou uma vez, na disputa contra a presidente Dilma Rousseff em 2010.
     Ali se avaliou erroneamente que a candidata de Lula não teria condições de disputar a campanha presidencial com o grão-tucano José Serra, e este optou por não atacar o ex-presidente (ao contrário, chegou a elogiá-lo), na vã esperança de que os eleitores lulistas veriam nele uma alternativa melhor do que Dilma.
     Como se a disputa política-ideológica não fizesse parte do pensamento estratégico de uma parte do eleitorado, e a outra não estivesse ligada à continuidade das benesses oficiais.
O ex-governador paulista mudou radicalmente sua postura depois da derrota, e anda muito mais ativo na crítica ao governo do que seu próprio partido, ou mesmo que seu adversário interno, o senador Aécio Neves, que ainda não disse a que veio.
     O problema de Serra é que essa atitude que vem assumindo agora chega quando já não tem as condições políticas necessárias para se colocar como candidato a presidente pelo PSDB, uma obsessão que não corresponde à realidade do momento.
     Está tudo preparado - e de modo truculento, no ponto de vista dos serristas, cada vez em menor número - para que Aécio Neves seja o candidato da vez dos tucanos.
     Aliás, essa "truculência" apontada por seus seguidores pode dar a Serra a explicação para deixar o partido e tentar se candidatar à Presidência pelo PPS ou pelo PSD, caso não se acerte no PSDB.
     A única maneira de clarear a situação interna dos tucanos seria Serra aceitar se candidatar à prefeitura paulistana e deixar o caminho aberto para Aécio Neves, o que significaria que desistiu de chegar à Presidência da República, o que parece improvável neste momento.
     O problema de Aécio parece ser uma maneira antiquada de fazer política, que não o coloca perante a opinião pública como um líder oposicionista.
Ele tem se movimentado bastante pelos bastidores, tentando acertar acordos que podem levá-lo a quebrar a ampla coalizão partidária que dá apoio à presidente Dilma.
     A questão é que esses acordos dependem do fracasso do governo, mais especificamente no enfraquecimento econômico do nosso crescimento.
A perspectiva para os próximos anos não é nada boa, e é possível que o governo Dilma mantenha-se em um patamar medíocre justamente nos anos eleitorais.
     O crescimento do ano passado já deve ser abaixo de 3%, em parte porque o governo quis frear o crescimento para controlar a inflação, em parte porque a crise internacional não permitiu crescimento maior.
Segundo relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) divulgado ontem, a economia mundial beira uma nova recessão, e espera-se crescimento "anêmico" nos anos de 2012 e 2013.
     O crescimento da América Latina e do Caribe será de 3,3% este ano, e o Brasil se manterá abaixo da média, como vem ocorrendo nos últimos anos: a previsão de crescimento do PIB brasileiro é de 2,7%.
     São dados preocupantes, que sinalizam menos arrecadação de impostos e exigirão do governo um corte nos gastos públicos que ele não tem conseguido concretizar a não ser cortando investimentos, o que leva a menos crescimento ainda.
     Dois anos seguidos de crescimento abaixo de 3% configurariam uma situação econômica difícil, mesmo que nosso PIB cresça mais que o dos países desenvolvidos.
     Nesse ritmo, continuaremos nos aproximando das chamadas "economias maduras" do mundo, mas perdendo terreno para os emergentes como nós, que crescem a uma taxa mais acelerada, apesar da crise.
     E, sobretudo, perdendo as condições de manter a política social que garante a popularidade do governo, mesmo em um ano medíocre em realizações.
     Pois o PSDB parece estar jogando na crise econômica como única arma de argumentação para o eleitorado mudar de governo em 2014, sobretudo porque, nesse caso, a desintegração da coalizão governamental poderia oferecer um caminho para a campanha de Aécio Neves à Presidência, com a adesão de alguns partidos, descontentes ou mais pragmáticos.
     Há potenciais crises para todos os lados. O PSB do governador Eduardo Campos disputa a primazia de ser o segundo partido da aliança, com direito a indicar o vice, com o PMDB, que disputa com o PT espaços no governo e nas alianças estaduais.
     Qualquer dos dois partidos aderiria com prazer a uma candidatura tucana com Aécio Neves à frente, desde que a situação do governo comece a ficar difícil por causa da economia.
     Se tudo continuar como está, com a presidente Dilma transformando-se em solução natural para o PT depois que Lula parece estar disposto a continuar sendo o grande eleitor, sem disputar novamente a Presidência como planejara antes de sua doença, os partidos aliados se conformarão dentro da coalizão, mesmo que insatisfeitos.
     E o PSDB não parece ter uma proposta alternativa para oferecer ao eleitorado. O PT na oposição apresentava uma alternativa concreta ao governo de FHC, mesmo que fosse equivocada e tivesse que ser abandonada, por inviável. Mas durante algum tempo convenceu o eleitorado de que tinha a saída.



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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Revisao...Afinal

Como é um assunto que continua atual. A revisão ainda está em andamento, resolvemos manter  esta postagem no topo da página.

         A revisão eleitoral tão anunciada, finalmente esta chegando. Sob o pomposo nome de sistema biométrico de votação, mas que na realidade é uma revisão eleitoral profunda, pois todos os eleitores domiciliados em Francisco Santos terão que comparecer a sua Zona Eleitoral sob pena de ter cancelado o seu título eleitoral.
         Será instalada no próximo dia 15 de dezembro de 2011, às 15:00 horas no Fórum Desembargador Vidal de Freitas, comarca de Francisco Santos - PI e atendera os eleitores ate o dia 23 de Dezembro, sendo então suspensos e reiniciados os trabalhos no dia 03 de Janeiro, encerrando as atividades no dia 15 de Fevereiro de 2012.
         Serão necessários documentos pessoais com fotografia e comprovantes de residências ou que comprovem vínculo com a terrinha, tais como: contas de energia, água, telefone, comprovantes do INCRA, notas fiscais de compra, talão de cheques, carnes de pagamentos em que constem nome e endereço, etc., etc., etc. Um detalhe relevante, todos estes documentos terão que ser recentes, correspondente ao período do final de 2010 a setembro de 2011.
         É importante observar que esta revisão foi fruto de uma reivindicação da atual oposição, que em outro momento da vida política de Francisco Santos, sendo então situação, sentiu-se altamente prejudicada com a revisão de outrora. E agora procura dar o troco na atual situação.
         A implantação do sistema biométrico de votação em tese, beneficiara as oposições, pois antecipara a campanha, obrigara a situação a ir mais uma vez em busca dos eleitores "estrangeiros" que terão de provar o vinculo eleitoral. 
         Por outro lado, a situação teoricamente tem alguma gordura pra queimar, pois venceu as ultimas eleições com 718 votos. E também  poderá tirar proveito desta revisão, podendo fazer uma avaliação profunda do atual quadro da política local. Podendo diante do desenho político do momento, fazer os investimentos necessários conforme as suas conveniências.
         Este será, sem sombra de dúvida, um final de ano muito movimentado. Pois, os partidos e seus possíveis candidatos mobilizarão seus familiares, amigos e futuros eleitores para alem de participarem dos tradicionais festejos de aniversário da cidade e o também já tradicional Chico Folia, participarem da revisão eleitoral.



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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Estatísticas do Blog da Terrinha!

    
    Bem amigos, são quatro meses de trabalho intenso e um novo ano que se inicia. Obrigado por prestigiarem este modesto espaço, continuaremos a trabalhar com mais afinco em 2012 e contamos com vocês com maior assiduidade ainda.
    Achamos que é um bom momento para prestarmos contas. 
    Eis ai os números do nosso blog, as estatísticas são do Blogger, MediaBanner e AdSense.    



                  Se não está conseguindo visualizar, clique nas imagens para ampliar.








Curiosidades: O dia 02 de Dezembro foi o de maior acesso, 321 e o dia 1º de Janeiro de 2012 o menor, 30. Foram 64 postagens e 367 comentários. A evolução dos números foi a seguinte: Setembro - 1.256; Outubro - 2.251; Novembro - 3.268; Dezembro - 5.691. Portanto, foram mais de 12.000 acessos.